terça-feira, 25 de agosto de 2009

Quando era miúda, nas noites de lua, costumava sentar-me no parapeito da janela do meu antigo quarto e contemplava as estrelas em busca de respostas para os meus anseios. À medida que fui crescendo fui perdendo esse hábito e para dizer a verdade não me lembro da última vez que olhei para o céu. Hoje as angustias são outras, mas do céu o mesmo silêncio que incomoda e magoa.

Se Deus existe mesmo como é que pode permitir que as coisas tenham chegado a este estado. Será que desistiu de nós? Se sim, não lhe levo a mal, porque no mesmo momento em que fazemos as coisas mais fantásticas, já estamos a magicar os crimes mais pérfidos.

Eu já acreditei muito em Deus, na igreja e em tudo o que ela representava, hoje… Bem, com o andar dos anos tenho-me tornado um tanto ou quanto descrente, sobretudo com a instituição católica. Acredito que existe uma força maior que nos rege, mas por vezes gostaria que se manifestasse mais. Talvez se manifeste e eu é que não veja, talvez seja isto. E talvez eu tenha mesmo que passar por tudo isto porque mereça. Sim, eu sei que mereço.

Mas de vez em quando gostava que me dessem uma forcinha, um alento, uma esperança. Porque está cada vez mais difícil de viver neste mundo cínico e frio, sem grandes expectativas
de futuro.

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