Na minha ilha é fácil de encontrá-los, existem em cada tabacaria ou em cada esquina de rua, em vendedores ambulantes ou sujeitos que se passeiam em buscam de uns trocos fáceis, falo é claro dos famosos “raspas” ou “raspadinhas”, como lhe quiserem chamar. É mais uma maneira que a Santa Casa inventou para “tirar” dinheiro aos pobres iludidos que buscam a felicidade instantânea. É claro que já foram muito mais requisitados, antes de aparecerem essas modernidades do Euromilhões e afins.
Foi assim que me senti um belo dia, depois de um almoço com o meu melhor amigo, que por acaso também é meu ex. Quando ele me diz, numa pérola de sabedoria, que quando conheceu a sua nova girlfriend lhe tinha saído o euromilhões. Ora, eu , de parva que sou, ainda sentia alguma coisa por ele, fiquei-me sentindo na m*….. E afinal, o que é que tinha sido eu após 6 anos, ora, pois claro, um raspa!
Nada na vida nos custa mais do que nos sentirmos descartáveis, e quando isso é feito por uma pessoa que nos é muito querida pior ainda. Ele até não o disse como essa intenção, o de magoar é claro, mas palavra depois de dita, não pode ser retirada. E tb sou um pouco sensível, digamos de passagem.
Claro que depois de algumas lágrimas e de o ombro amigo da minha querida Mimi, lá me conformei e cheguei á conclusão que não era assim tão mau ser um raspa, afinal eles também têm prémio e existe uma maior probabilidade de saírem que o Euromilhões.
Conclusão, aqui está um raspa mto feliz, à espera de premiar um sacana afortunado.
Bye-bye
O Raspa…
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