Ter saudades é tramado… Ter
saudades de quem se ama, bem, é pior… É como se todos os dias levássemos a
passear um espinho por entre flocos de algodão, quando menos esperamos, uma
música, um cheiro, um lugar, “pica-nos”...
Tenho saudades dele… Tenho tantas
saudades dele… Mas são saudades boas, daquelas que anunciam o seu regresso em
breve… Daquelas que me fazem sorrir, quando o telefone toca, quando me falam
dele, quando de noite o meu coração voa para dormir ao seu lado para velar o
seu sono.
Gosto de dele… Gosto tanto dele…
Tanto que acho que nem ele sabe… Gosto de andar de mãos dadas com ele, de
sentir o calor do seu corpo junto ao meu, das conversas profundas e até do seu
ar sério quando me quer provar que tem razão… Ele não sabe como me faz sentir
quando me beija distraidamente a cabeça e me acaricia o meu cabelo… É como se
inconscientemente ele estivesse a dizer ao mundo que eu lhe pertenço e ele a
mim.
Ele não sabe que quando atravessa a
portas das chegadas do aeroporto, os quilómetros que nos separam, o Oceano e
todos os anseios, dúvidas e receios desvanecem-se naquele abraço sentido, como
se todo o mundo coubesse nos nossos braços. Que quando sorri, eu consigo ver o
sol nos seus olhos, mesmo debaixo daquele manto de tristeza que tanto tenta
esconder.
Eu também não sei o que o futuro
nos reserva ou se o amanhã existirá, mas terei sempre saudades dele, dos
momentos mágicos que partilhamos, das histórias vividas e por viver, da
intimidade de um olhar… Ele é especial… Será sempre, porque são poucas as
pessoas que conseguem tocar a nossa alma… Ele tocou a minha…
Mas eu sei que ele acha que eu sou
uma tola romântica, que toda esta pieguice é estúpida… E de repente eu sinto-me
pequenina… Ponho o meu melhor sorriso e choro para dentro… Não o julgo, não lhe
levo a mal, sei que é a sua maneira de ser e não gostaria dele se ele fosse
diferente… Mas é como, quando se esfola um joelho, aquela pelezinha levanta-se
e uma gotinha de sangue escorre…
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