Às vezes tenho de me lembrar a mim própria de respirar… De
parar 5 minutos e respirar… Do cansaço do dia, das preocupações e sobretudo das
recriminações… Como é fácil julgar, deve ser a emoção mais inata ao ser humano.
Sempre tive este problema com a minha mãe, talvez por sermos demasiado diferentes,
por eu não ser nada do que ela imaginou ou melhor idealizou, acho que no fundo
o que ela almejava era uma pequena cópia sua.
Mas desde cedo que eu demonstrei que era de outra fibra,
muito diferente da criatura fantástica que ela sonhou. Acho que até o dia de
hoje nunca me disse que estava orgulhosa de mim ou até que o que tinha feito
era bom. Costumo brincar e dizer que se encontrasse petróleo, iria acusar de
ainda não estar refinado. Talvez seja impossível de agradar ou eu não me
esforce o suficiente para isso.
Houve um tempo em que ainda ripostava, agora só ouço e
calo-me, não sou perfeita, bem longe disso, mas começo seriamente a ficar farta
de andar sempre sobre “cascas de ovos” à espera de um novo ataque. E como ela
me sabe magoar e ofender… Como mais ninguém o sabe fazer… Por vezes aquilo que
eu mais sonhava era ir embora, sem nunca olhar para trás… Mas depois o coração
atraiçoa-me e eu sei perfeitamente que não sei viver sem ela.
Acho que nunca fui verdadeiramente livre… Nunca o vou ser,
vivo constantemente sobre o seu jugo, também eu já me sacrifiquei pela sua
felicidade, por não a abandonar … Não era verdade que poderia ter feito muitas
mais coisas, ter tido muitas mais experiências se não tivesse passado a minha
vida toda “presa”?
Oh, não liguem ao desabafo, estou apenas cansada e tão farta…
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